A não Vã Glória do
Ouro
ou
As Lágrimas de Zeus
Desde o poente aos pirinéus
e do setentrião ao sul,
por estas terras hispanas,
fogo da terra e dos céus
por planícies e montanhas
brilha belo o cardo de ouro
Coroai-vos de ouro em flores,
povos das nações do norte,
decisores do sul também,
tecei para vós grinaldas
não de louros mas de cardos,
coroai-vos e até sentai-vos
em fofos tufos do sul
deste matagal florido!
Aos vergéis de viço e belos
junto ao colmo dos casais
não lhes toqueis, são sagrados,
sagrados e protegidos
pelos domésticos deuses:
até os lobos e os ursos
ao lá chegarem famintos
ajoelham e regressam
para seus fojos, sem presas
Sobe ao céu Zeus no seu carro
e lá do alto, na luz,
olha a divina beleza
dos cardos de ouro terrenos,
maravilha de ouro puro,
mas também sente tristeza
por desavindos irmãos
filhos seus e de Europa
nunca queiram entender-se
Zeus olha e sente saudades,
olha e chora por esta terra:
lágrimas saudosas de Zeus,
de alegria e também pena,
orvalho de primavera
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