O silêncio é como
cera
lisa
branda e dócil
onde sulcos
se abrem
de
sons,
não muitos,
levemente:
O som do arrulhar da rola,
do rouxinol suspenso
da beleza da manhã,
alguns pingos de som
de harpa, não mais,
o chilreio de uma criança.
Vêm depois a brisa leve
e a morna água da luz
delir bem esses sulcos,
outra vez deixando
lisa a cera
do silêncio
Porque nada mais pode
ferir o silêncio:
alma mãe
da vida
o silêncio
Nota: Este texto tem afinidades com os textos 100, 103 e 138, e
dedica-se especialmente a uma turma de ioga, incluindo, é claro, a Paula
Duarte, uma professora sábia.
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