Há o líquido e lento
marulhar da água
num recanto marinho
entre areias e rochas
e os pés de uma criança
Há a luminosa estrela
entrando numa gruta
marinha, pela cúpula,
se banhando e mergulhando
nas azuladas águas de cristal
Baila o barco nas águas
elas bailantes na alta gruta
até às paredes onde crescem
sombras líquidas réstias de sol
a morna luz de ouro da tarde
em demanda de búzios e de estrelas
de conchas se abrindo em pérolas
profundas brilhantes
no liso fundo de areia
Alternando com o sol, fria e bela
vem a lua nocturna
juntar-se ao líquido baile
toalha de leite a ondear
na gruta brandamente,
sombras raiadas de láctea luz
nas paredes, bailando com o silêncio
Líquida beleza
diurna nocturna
tanta
em ambiente marinho
berço morno da vida
Nota: Este texto foi escrito em memória de meus pais: Manuel Agostinho
e Maria da Glória.
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