É doce passear agora pelos campos,
com os diospiros fulgurando ao sol
na mãe quase despida de folhagens;
os ouriços dos castanheiros se
abrindo
para nos darem as filhas prometidas;
os vergéis húmidos pelas primeiras
chuvas,
ávidos das habituais sementes …
Mas depois, já no abrigo aconchegado
de casa, pela tardinha, a delícia é
outra:
em profundas e lentas expirações,
descendo a gostosas apneias, me liberto
do que em mim é nocivo ou superflui,
me tornando em “consciência de ser”
num agora sem espaço nem tempo
No oceano da energia do universo,
úbere oceano, aí então navego
solto, sem barco, como que indistinto,
aí navego e mergulho
No princípio de tudo e do tempo,
no limiar das palavras
e no agora que elas nos induzem,
bem mais fecundo do que elas,
é sempre o verbo primordial,
o verbo da energia universal
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