sexta-feira, 8 de novembro de 2013

189. 1-2 - A Excelência de um Eu

1 - Olá, amigas e amigos! O eu mental do ser humano é a realidade mais fascinante que os humanos desde sempre já encontraram, ou melhor, já vislumbraram no Universo. A realidade mais fascinante, mas também a mais complexa. E no entanto, o eu de cada um é só uma realidade mental, resumindo-se basicamente a um frágil feixe de percepções de experiências que foram acontecendo e que, ligadas pela memória, (eu) posso dizer que aconteceram comigo, assim me constituindo.
         Tão importante é ele que, no que toca ao aperfeiçoamento espiritual dos humanos, uns dizem que o temos de apagar, de o ir apagando, e outros de o ir constituindo e aperfeiçoando. É o que já referimos no texto 177, onde também explicitámos a nossa humilde opinião: afirmá-lo e aperfeiçoá-lo - sim, senhor -, mas, a espaços, também o sabermos esquecer para abraçarmos o mundo, para sermos só esse mesmo abraço. Sim, durante alguns momentos, quantas vezes quisermos, sermos só esse abraço ao mundo, essa consciência amorosa do universo.
         Na realidade, o eu não é uma “coisa-em-si”, no sentido de nele haver um miolo ou substância metafisicamente a nós inacessível, mas tão só aquilo que dele nos vai aparecendo – e pouco ainda é - começando pela sua base: a mais ou menos unificada memória de percepções que posso chamar minhas, conforme já acenámos em vários textos (169, 171, 173, 180).
         Andamos à procura de riquezas e de jóias no universo, olhando para fora, para o macrocosmos, e não temos olhado para a jóia quase divina que se esconde no mais íntimo de nós! Jóia, sim, a mais bela e melhor do mundo, se o eu for bem constituído e formado. Mas também ao contrário, se ele for mal constituído e deformado, ele redundará naquilo que de mais horrendo existe.

         2 - Quem escreveu de uma forma profunda e sublime sobre como construir e aperfeiçoar o nosso eu foi Augusto Cury, em A Fascinante Construção do Eu.
         Entre o muito que o autor diz sobre o assunto, consideremos aqui a forma como o eu deve reagir com quem lhe faz ou fez mal, sabendo nós, de antemão, que muitas vezes o pior inimigo do eu é ele próprio. E então, o autor diz que, em todos os casos, “desviar o pensamento ou tentar distrair-se para superar conflitos e traumas pessoais é a pérola das técnicas populares”. Mas isso muitas vezes não resulta, acrescenta ele, e até pode recalcar mais o problema porque “o registo na memória não depende do eu, e tudo o que evitamos ansiosamente será intensamente arquivado”.

         Em relação aos outros – no caso da calúnia ou de outro mal que por eles nos possa ser causado – Cluny diz que não podemos “pautar as nossas relações pelo binómio bateu-levou”. E sobre este assunto, na nossa relação connosco mesmos e com os outros, ele aconselha nunca tentarmos apagar os nossos arquivos mentais, porque tentar apagar é afundar o sulco negativo já existente na mente.

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