Ainda em Marte
No final do lanche, o pai da pátria fica comovido. Nunca um lanche lhe estivera tão apetitoso, nunca uma refeição lhe tinha assentado tão bem! E então, reparando bem na sua companheira ali a seu lado e também na criança emaranhada no papagaio, ele sente de uma forma bem intensa e nítida a presença e o valor do sentimento do amor humano.
Olha agora para o céu, alongando distâncias. Mas é um céu de chumbo, carregado, ameaçador, bem diferente do seu céu familiar. Só ao longe, na fímbria do horizonte, lhe desponta uma longínqua esperança: é um pequeno planeta de um azul ainda brilhante, batido pela doirada luz do sol. O pequenino planeta vai subindo no horizonte e, com os olhos presos no seu azul, o pai da pátria comove-se, suspira, e uma sombra no olhar se lhe nota, bem evidente.
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