1 – Olá! Passeio por esta secreta
estrada, silenciosa e lisa. O céu está azul, o sol resplandece sobre a Natureza,
e a Terra prende-me a si, à exacta medida: não mais porque não poderia andar,
não menos porque me perderia no Universo.
Descendo das primeiras partículas do
Universo, de ainda antes do big bang, que dá início ao tempo. Elas
expandiram-se, primeiro vertiginosamente; depois, já no tempo, de uma forma
mais lenta. Elas deram origem às estrelas, aos planetas, às galáxias; delas se
fizeram os átomos, as moléculas e também as células da vida, da qual
participamos.
2 - Porque é que eu estou vivo, viva
consciência de mim e do planeta e do Universo, ainda que com vida de não mais
que um dia, efémera vida como a das rosas dos jardins de Adónis? Mas também há
as não imaginárias rosas, as dos jardins dos humanos, feitas elas também de
elementos com que se fazem e fizeram e farão as estrelas e os planetas e nós
mesmos.
Perdidos no Universo, ou ligados a
tudo aquilo que o constitui? Há vida consciente em outros lugares do Universo?
Ou será daqui que ela um dia poderá passar para lá, por nós levada?
3 - O Problema é que, aqui na Terra,
há o frenesim do desenfreado desenvolvimento insustentável! Mas para quê esse
frenético desenvolvimento contínuo? Para quem? Só para alguns ou para benefício
de todos, sobretudo os mais pobres? Com que prejuízos para o nosso planeta
comum? Não está ele já carenciado de algumas matérias-primas? Não está também
já cheio de lixos, tanto em terras como em oceanos e ares? Será possível
reciclar os já existentes e depois os que hão-de vir? Quem irá pagar esses
serviços? Até quando o planeta, já tão doente, aguentará estes desmandos e toda
esta inconsciência dos bichos humanos?
Não nos sentiremos obrigados a salvar
a vida? Não será urgente a comunhão com o planeta que é a nossa morada?
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