ADENDA Comentando o que erradamente acontece, quando se fala de amor e se pratica o amor, Krishnamurti diz: “O que (erradamente) acontece é que o amor não é importante, o outro é que é: o objecto do amor é que é importante”. Porque não há três entidades distintas - o eu, o outro, o amor -, considerando-se este amor uma entidade acima e distinta das outras duas! O amor é só e simplesmente as outras duas, transformadas nele. O amor é a completa fusão entre o eu e o tu, amor que, para além de ser actividade dos dois – actividade amorosa - leva cada um a cuidar do outro, a responsabilizar-se por ele, a respeitá-lo, e sobretudo a conhecê-lo. E conhecer o outro, pelo amor, não é mergulhar nele até nele desaparecer, para que algo de novo, daí possa surgir? E então, o que é que nascerá desse ousado mergulho no outro, se atendermos a que “co-nh-ecer” é “(re)nascer com algo ou alguém”? Sim, o que é que nascerá daí, desse recíproco e amoroso conhecimento? Não será, outra vez e simplesmente, a fusão de vida, a fusão viva, a fusão de amor? Para além de ter uma raiz instintiva, o amor também é um sentimento inteligente. Ele cumpre o admirável conúbio, a perfeita união do coração e da mente. Sem este bater em uníssono em cada um, não poderá haver inteligência, nem haver fusão de amor entre os dois.
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