Mal-Aventuranças e
Bem-Aventuranças
Mal-aventurados 1 - Os iluminados (e os) fanáticos que fazem
do povo ratinhos para testar as suas teorias não experienciadas;
2 - Os que, acossados, anunciam de rompante ao povo as suas descabeladas
medidas imediatamente antes de um jogo de futebol, para que os efeitos desse
anúncio passem logo ao subconsciente, e assim a dureza das medidas anunciadas não
se faça sentir;
3 - Os que, de forma dificilmente compaginável, no mesmo passo em que
anunciam um enorme e nunca visto aumento de impostos, também conseguem beijar o
povo dizendo que ele é o melhor povo do mundo;
4 - Os que só se interessam por ser bons alunos, mesmo depois de as
teorias dos seus mestres serem por estes mesmos rejeitadas;
5 - Os que anunciam as suas medidas ao povo, sem lhe mostrarem os
princípios em que as fundamentam e o que com elas querem atingir;
6 - Os que escondem com um verniz de entendimento, as suas desavenças
partidárias;
7 - Os que confundem determinação com pertinácia;
8 - Os que são carreiristas de partido, em vez de, fora dele, terem
experiência administrativa em empresas e sobretudo em autarquias.
E agora,
Bem-aventurados
1- Os políticos que servem o povo de uma forma impoluta – (ainda os há) –
porque esses são os heróis e os santos de hoje;
2 – Os cidadãos que, embora não façam parte de partidos – e já tendo
provado os seus méritos por dedicação à causa pública – têm a coragem de
emergir do povo para o governarem;
3 – Os que sabem distinguir o que é moral do que é só legal, e, nessa conformidade
governam, aplicando os dinheiros públicos em coisas de importância substantiva
para todo o povo, e não para empresas de amigalhaços de partido;
4 – Os cidadãos corajosos e competentes que, nesta aflição em que estamos
e se preciso for, avancem para integrar um governo de salvação nacional, no
sentido de, muito embora também com grande austeridade, arrepiarmos caminho
desta senda que nos está levando ao abismo, convencendo as indecisas chefias
europeias nesse sentido. O povo precisa de ver sentido em todo o processo de
ajustamento.
5 – Todos os cidadãos que ainda acreditam neste pequenino país no meio
de um grande mundo violentamente competitivo e globalizado, pela sua luz e pelo
sol, pela amenidade do seu clima, pelas suas montanhas e pelo bramido do mar,
pela gostosa e saudável comida, também pela afabilidade e solidariedade das pessoas,
ainda pela ternura que ressuma do “Made with love in Portugal”, marca de
fabrico para todo o mundo, como alguém muito bem notou. Porque, como também
observou um responsável da ANJE, “Portugal é um paraíso para a produção”.
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