quinta-feira, 11 de outubro de 2012

97 - Harmonia, Pureza e Tanquilidade


1 – Olá, amigas e amigos! Neste ameno dia de Outono, quando o colorido das folhas das videiras prestes a cair pelos campos deslumbra o nosso olhar, falemos da harmonia, da pureza e da tranquilidade, três virtudes queridas de muita gente, entre a qual os que seguem o budismo. Falemos da harmonia, que é nós estarmos em harmonia connosco mesmos e com as nossas circunstâncias; da pureza, que é a nossa pureza mental; e da tranquilidade das nossas emoções.
Se bem que a vida seja feita de equilíbrios e de desequilíbrios – eu sinto fome e por isso vou comer, tenho sono e por isso vou dormir, estou cansado e portanto tenho de descansar – aquelas virtudes são fundamentais para uma vida boa.
Ser puro – vinho puro, ouro puro, água pura - é ser tudo e só aquilo que se deve ser, com toda a inteireza e sem contaminações. Mas quando algo tiver partes constituintes essenciais, como nós que temos emoções e razão, então, para haver pureza, é preciso haver também harmonia entre estas duas partes. Se não houver, também não há tranquilidade.

2 - Nós, seres humanos, como a palavra indica, somos feitos de húmus, de barro ou terra, e por isso, como seres conscientes que também somos, vemos que não podemos perder a ligação com os outros seres humanos, que são barro e mente como nós, como também temos de estar unidos a toda a outra vida e ao outro húmus da Terra. Infelizmente, porém, só quando passamos a sofrer as maldades ou desarmonias que cometemos contra nós, contra as outras pessoas e contra a Natureza, nos apercebemos das muitas vezes irremediáveis consequências desses nossos actos.
Precisamos por isso de viver em harmonia com toda a nossa circunstância. É claro que nós não vamos conseguir tal harmonia se não formos puros e não estivermos tranquilos e em harmonia connosco mesmos e com a Terra. Uma forma excelente de tranquilizar a mente é pedir perdão e perdoar todo o mal que alguém fez a si mesmo e aos outros. Da nossa tranquilidade, tranquilidade emocional, cuidará o frutuoso diálogo entre a razão e o coração, em recíprocos respeito e exigência.

3 - Inimigo comum, em relação a estas três interdependentes virtudes, é o excesso egoico de que habitualmente estamos possuídos, um dos grandes males de que enferma o ambiente cultural em que vivemos. Se não se exagerasse tanto e de tantas maneiras na afirmação do eu, muito mais fácil nos seria o cultivo destas três virtudes. 

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