Olá, meninos e meninas, pois é por termos todos sexo que meninas somos ou meninos! É mesmo por isso que hoje vamos falar dele, de sexo - porque não? -, mas também falar de amor, indo já directos ao assunto.
O prazer que um homem sente por ser capaz de amar a mulher a amar, e depois também por sentir que ela está a ter prazer e a ficar satisfeita, todo esse prazer não será menor que o prazer que ele sente em ela ser capaz de o amar a ele, de o amar mesmo e de o deixar satisfeito, assim lhe retribuindo em simultâneo aquela sua dádiva.
Mas a partir do momento em que o ser humano passou a ser racional, isto é, a ter uma vida mental com alma e espírito como realmente temos – e essa vida mental existiu desde sempre no ser humano porque é seu constitutivo desde o início –, aquela relação sexual de que falámos, se não incluir e depender também dessa vida mental, essa relação é simplesmente animal! Não pode chamar-se amor a isso, não é? É que o amor, amor mesmo, tem de incluir a sua constitutiva componente mental. O amor pode servir-se e completar-se no sexo, pois claro, mas é algo também e sobretudo mental. Se o amor não for também radicalmente mental, a tal relação é de animais e não de seres humanos! Mas é ainda pior do que isso porque, sendo o ser humano provido constitutivamente também de vida mental e por isso devendo ter relações de amor de acordo com tudo aquilo que o constitui, então, essa tal relação que houve não é própria de animais mas é uma relação animalesca! É que, segundo um ditado antigo, a corrupção do óptimo transformou o óptimo naquilo que é péssimo.
Com sexo - portanto sempre diversamente, conforme se trata dele ou dela - se tempera o timbre da voz do homem e da mulher; com sexo escolhem a cabeça e a boca de cada um, as suas próprias palavras; com sexo, os próprios olhos vêem mundos diversos; com sexo, as emoções moldam o seu distinto caminho, e o pensar produz os seus peculiares pensamentos; com sexo, sentimos o nosso corpo e construímos a nossa mente; com sexo se contempla e se cria o brilho de um olhar, mas também a tristeza; com sexo se configura externamente o corpo do homem e da mulher, se organiza enfim todo o mundo de cada um, para além de cada um ter os seus diferentes órgãos sexuais.
Porque é que o homem e a mulher são assim diferentes? Não será para naturalmente se atraírem um ao outro e poderem procriar, mas também para, nessa diferença, criarem os dois uma nova e superior unidade? Não são os dois congenitamente carentes, precisamente para que cada um vá ao encontro do outro, assim ganhando a sua completude, os dois numa unidade de amor?
O que é mais importante no ser humano? O sexo ou o espírito? O corpo ou a mente? Nós sabemos que a mente deve regular a vida do corpo, ocupando-se não só da saúde de si própria como ainda da saúde do corpo e das emoções que dele sobem à alma. Mas também sabemos, como já vimos em textos anteriores, que o amor, o genuíno amor entre um homem e uma mulher, é um ousado mergulho arracional na intimidade do outro. Por isso, na hora da verdade, não é a mente que assume a prevalência mas o corpo; não é a voz da razão mas a do coração; essa ousadia não pertence ao espírito mas ao corpo; o tal mergulho ousado, que é o cume mais altaneiro do amor e não tem de ser só momentâneo, pertence ao coração! É certo que o sexo é mais próprio do corpo – é corpo sexuado -, mas também ele ocupa profundamente a alma em virtude das paixões que do corpo a ela chegam, e também “contamina” o impassível espírito! Aquela ousadia e aquele mergulho pertencem em primeira mão ao corpo e ao coração, sim senhor, mas o espírito permanece cauteloso e atento!
Há com certeza sexo sem amor. Mas poderá haver amor sem sexo, embora em outra dimensão, claro está? Mesmo o amor mais divino? Não é o ser humano, por ser humano, um ser sexuado de carne e osso e sexo? Poderá ele amar a Deus, nesta vida mortal, eliminando o seu corpo, corpo sempre sexuado?
Na relação entre homem e mulher pode acontecer o amor total, amor a rego cheio, amor à dimensão completa do ser humano. E então, que maior prazer do que esse pode existir para o ser humano, prazer a um tempo telúrico e etéreo, prazer material e espiritual, feito de carne e espírito? Não é esse prazer puro amor?
O prazer que um homem sente por ser capaz de amar a mulher a amar, e depois também por sentir que ela está a ter prazer e a ficar satisfeita, todo esse prazer não será menor que o prazer que ele sente em ela ser capaz de o amar a ele, de o amar mesmo e de o deixar satisfeito, assim lhe retribuindo em simultâneo aquela sua dádiva.
Mas a partir do momento em que o ser humano passou a ser racional, isto é, a ter uma vida mental com alma e espírito como realmente temos – e essa vida mental existiu desde sempre no ser humano porque é seu constitutivo desde o início –, aquela relação sexual de que falámos, se não incluir e depender também dessa vida mental, essa relação é simplesmente animal! Não pode chamar-se amor a isso, não é? É que o amor, amor mesmo, tem de incluir a sua constitutiva componente mental. O amor pode servir-se e completar-se no sexo, pois claro, mas é algo também e sobretudo mental. Se o amor não for também radicalmente mental, a tal relação é de animais e não de seres humanos! Mas é ainda pior do que isso porque, sendo o ser humano provido constitutivamente também de vida mental e por isso devendo ter relações de amor de acordo com tudo aquilo que o constitui, então, essa tal relação que houve não é própria de animais mas é uma relação animalesca! É que, segundo um ditado antigo, a corrupção do óptimo transformou o óptimo naquilo que é péssimo.
Com sexo - portanto sempre diversamente, conforme se trata dele ou dela - se tempera o timbre da voz do homem e da mulher; com sexo escolhem a cabeça e a boca de cada um, as suas próprias palavras; com sexo, os próprios olhos vêem mundos diversos; com sexo, as emoções moldam o seu distinto caminho, e o pensar produz os seus peculiares pensamentos; com sexo, sentimos o nosso corpo e construímos a nossa mente; com sexo se contempla e se cria o brilho de um olhar, mas também a tristeza; com sexo se configura externamente o corpo do homem e da mulher, se organiza enfim todo o mundo de cada um, para além de cada um ter os seus diferentes órgãos sexuais.
Porque é que o homem e a mulher são assim diferentes? Não será para naturalmente se atraírem um ao outro e poderem procriar, mas também para, nessa diferença, criarem os dois uma nova e superior unidade? Não são os dois congenitamente carentes, precisamente para que cada um vá ao encontro do outro, assim ganhando a sua completude, os dois numa unidade de amor?
O que é mais importante no ser humano? O sexo ou o espírito? O corpo ou a mente? Nós sabemos que a mente deve regular a vida do corpo, ocupando-se não só da saúde de si própria como ainda da saúde do corpo e das emoções que dele sobem à alma. Mas também sabemos, como já vimos em textos anteriores, que o amor, o genuíno amor entre um homem e uma mulher, é um ousado mergulho arracional na intimidade do outro. Por isso, na hora da verdade, não é a mente que assume a prevalência mas o corpo; não é a voz da razão mas a do coração; essa ousadia não pertence ao espírito mas ao corpo; o tal mergulho ousado, que é o cume mais altaneiro do amor e não tem de ser só momentâneo, pertence ao coração! É certo que o sexo é mais próprio do corpo – é corpo sexuado -, mas também ele ocupa profundamente a alma em virtude das paixões que do corpo a ela chegam, e também “contamina” o impassível espírito! Aquela ousadia e aquele mergulho pertencem em primeira mão ao corpo e ao coração, sim senhor, mas o espírito permanece cauteloso e atento!
Há com certeza sexo sem amor. Mas poderá haver amor sem sexo, embora em outra dimensão, claro está? Mesmo o amor mais divino? Não é o ser humano, por ser humano, um ser sexuado de carne e osso e sexo? Poderá ele amar a Deus, nesta vida mortal, eliminando o seu corpo, corpo sempre sexuado?
Na relação entre homem e mulher pode acontecer o amor total, amor a rego cheio, amor à dimensão completa do ser humano. E então, que maior prazer do que esse pode existir para o ser humano, prazer a um tempo telúrico e etéreo, prazer material e espiritual, feito de carne e espírito? Não é esse prazer puro amor?
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