No benigno fulgor
da primeira manhã
já não se viu a si mesmo
em solidão
o ser humano:
Passeando no paraíso
iluminaram-se um ao outro
nomeando as coisas
a luz os olhos os frutos
a fímbria nítida de um lago,
e cada um se conhecendo a si mesmo
os dois se conhecendo
no amor.
Então, a gelosia do deus
deu em esbracejar:
pegou nesse fogo dado
ou furtado
e escondeu-o muito secretamente
num abismo do oceano ou da montanha
ou antes no mais fundo de cada ser
humano
onde nunca este pudesse suspeitar.
Que farão os humanos
com esse fogo essa sua
dada e nunca perdida
divindade?
Bom seria
fosse para cumprirem
em pleno
a sua humanidade!
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