1 – Olá! No discurso em que aceitou
recandidatar-se à presidência dos EUA, o presidente Obhama, entre o mais,
disse: “Nós somos abençoados pela Providência, pois somos cidadãos da melhor
nação do mundo” (cito de memória). Isto é, Deus abençoa-nos - estará ele a
pensar e a dizer - porque somos os melhores, os mais ricos e os mais poderosos.
Nem interessa saber – dizemos agora nós – com que meios se alcançou e continua
a alcançar tal meta: o de serem os mais ricos e poderosos do mundo. Quer dizer,
para ser abençoado pela Providência, basta alguém ser rico e poderoso. A
riqueza material, que é hoje o grande poder do mundo, é o indelével sinal de
alguém ser predestinado por Deus, para ser feliz: aqui na Terra, claro está,
mas também, segundo pensam, no céu da outra vida!
2 - Parece que alguns dos principais
jornais de economia dessa abençoada nação deram em ver o nosso pequeno e já sufocado
país como “um caso de sucesso do ajustamento” da sua economia. Não lhes importa
saber do sufoco em que estamos, pelas medidas cruéis que a estabilidade política
nos vai conseguindo impor. O que importa a esse desenfreado liberalismo
monetarista é haver estabilidade política, sim, mas para com ela poderem
continuar a sacar as suas desmesuradas usuras. E assim, com este pérfido
esquema, os gurus da economia global constroem as verdades do seu sistema, com
que intentam governar o mundo… para o poderem explorar.
Pois não sabemos nós que a origem
desta crise global da economia teve origem nessa nação poderosa? Esses animais
predadores que (por serem racionais) são piores do que os outros infligem as
doenças, receitam os remédios e, pelo caminho, vão-se enchendo de dinheiro, esse
dinheiro que é o sangue das nações pobres, necessário sangue para poderem ir
vivendo (ver texto 73). Mas é assim – segundo eles - que a Providência, os vai
abençoando.
3 – Bem sabemos
também que, nesta velha e em muitos lados quase exangue Europa, não foi pelo
socialismo comunista, mas pela social-democracia, que os países ocidentais
conseguiram, em diálogo entre capital e trabalho, o seu Estado Social. Mas
nestes tempos de crise em que estamos, poderemos perguntar se teremos
capacidade para aceitar retrocessos nesse nível de vida atingido; perguntar se
estaremos dispostos a superar e a compensar esses recuos no nosso bem-estar
económico e social, essa austeridade, com um crescimento mental e espiritual.
Porque, neste outro crescimento, sendo nós mesmos os únicos soberanos, a troika
não pode meter bedelho!
Por outro
lado, os povos asiáticos – chinos, indianos e outros – não aceitarão continuar
por muito mais tempo a trabalhar e a produzir, só em troca de uma malga de
arroz! Terão, justamente, aspiração a mais.
Em suma, será
possível que os povos da Terra se entendam sobre a produção e a distribuição da
riqueza, alcançando sustentados equilíbrios a nível global? Os egoísmos
nacionalistas, as assimetrias e os desacordos existentes em numerosas matérias (ver
texto 77.2) não auguram nada de bom! E se o presidente da tão abençoada nação
vier a ser o candidato republicano, isso piorará a situação.
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