Caros amigos e amigas!
Depois de aqui falarmos daquela querida figura de Jesus, a quem depois pela fé chamaram Cristo, impõe-se uma pergunta importante: para além de cada um para si e para todos, haverá um salvador para os seres humanos?
No princípio, de acordo com a Bíblia e com a posterior e correspondente tradição religiosa, Deus criou os primeiros seres humanos em estado de inocência, mas eles não tardaram a desobedecer à ordem dada pelo Criador, e por isso caíram em pecado. E como fossem os nossos primeiros pais a cometer essa desobediência, a ela se passou a chamar pecado original.
Original, portanto, porque está na origem do género humano. Tendo embora sido cometido pelos nossos primeiros pais, ele estendeu-se a toda a vindoura Humanidade, e por isso todos os outros seres humanos, com excepção de dois, nascem com ele.
A partir do momento em que tal pecado inicial foi cometido, a Humanidade passou a ser uma Humanidade decaída. E para que este estado de degradação não se perpetuasse, a Humanidade carecia de um Salvador que a elevasse de novo à amizade com Deus. Ora, ainda segundo as fontes já referidas, esse Salvador foi Jesus. Por esta razão, ele e sua mãe, que o gerara virginalmente, foram isentos do pecado original.
Quem primeiro teorizou sobre a queda original da Humanidade e a sua posterior salvação foi Paulo de Tarso, um dos primeiros e mais fervorosos convertidos à causa cristã. Assim, em vários pontos das suas cartas dirigidas aos primeiros cristãos, ele associa contrastivamente dois termos: por um lado, Adão, que trouxe à Humanidade o pecado e a morte; por outro, Jesus Cristo, que trouxe a amizade com Deus e a vitória sobre o pecado e a morte.
Isto leva-nos a poder perguntar o seguinte: no caso de Adão não ter cometido realmente tal pecado, dando início a uma Humanidade decaída, ainda haverá razões para sustentarmos que Cristo é o Salvador, resgatando a Humanidade do pecado e elevando-a à amizade com Deus? Ainda haverá motivos para defender a existência do segundo termo do referido contraste, se este termo, segundo Paulo, existe para remediar os males provocados pelo primeiro? Se a Humanidade não decaiu por um primeiro pecado, ainda haverá lugar para ela ser elevada, a partir desse pecado?
De facto, segundo diversa e não menos verosímil opinião, os nossos primeiros pais não cometeram esse pecado inicial nem trouxeram a morte à Humanidade, mas, simplesmente e em vez disso, constataram que eram seres humanos e começaram a agir em conformidade (ver textos 11.2 e 21). Sua especificidade racional, de que com surpresa deram conta, levou-os a agir livremente e a olhar os outros seres da Natureza de forma diferente. Tão diferente que cada um se começou a sentir separado e isolado de todos os outros seres, incluindo os outros seres humanos. Era preciso, portanto, para vencerem essa existencial solidão, que eles se religassem aos outros seres, mas agora de uma outra maneira, de acordo com as suas humanas capacidades. Se religassem através do amor. E nesta religação, Jesus é realmente um mestre sublime da Humanidade, pois que, com o que disse e fez, praticou exemplarmente o amor. O amor – já sabemos – é a forma mais sublime de o ser humano se ligar aos outros seres. Assim, Jesus, mestre sublime ele é. Mas será também Salvador, segundo a concepção de Paulo e da posterior tradição religiosa? Haverá para os humanos salvador, além de cada um para si e para todos?
Depois de aqui falarmos daquela querida figura de Jesus, a quem depois pela fé chamaram Cristo, impõe-se uma pergunta importante: para além de cada um para si e para todos, haverá um salvador para os seres humanos?
No princípio, de acordo com a Bíblia e com a posterior e correspondente tradição religiosa, Deus criou os primeiros seres humanos em estado de inocência, mas eles não tardaram a desobedecer à ordem dada pelo Criador, e por isso caíram em pecado. E como fossem os nossos primeiros pais a cometer essa desobediência, a ela se passou a chamar pecado original.
Original, portanto, porque está na origem do género humano. Tendo embora sido cometido pelos nossos primeiros pais, ele estendeu-se a toda a vindoura Humanidade, e por isso todos os outros seres humanos, com excepção de dois, nascem com ele.
A partir do momento em que tal pecado inicial foi cometido, a Humanidade passou a ser uma Humanidade decaída. E para que este estado de degradação não se perpetuasse, a Humanidade carecia de um Salvador que a elevasse de novo à amizade com Deus. Ora, ainda segundo as fontes já referidas, esse Salvador foi Jesus. Por esta razão, ele e sua mãe, que o gerara virginalmente, foram isentos do pecado original.
Quem primeiro teorizou sobre a queda original da Humanidade e a sua posterior salvação foi Paulo de Tarso, um dos primeiros e mais fervorosos convertidos à causa cristã. Assim, em vários pontos das suas cartas dirigidas aos primeiros cristãos, ele associa contrastivamente dois termos: por um lado, Adão, que trouxe à Humanidade o pecado e a morte; por outro, Jesus Cristo, que trouxe a amizade com Deus e a vitória sobre o pecado e a morte.
Isto leva-nos a poder perguntar o seguinte: no caso de Adão não ter cometido realmente tal pecado, dando início a uma Humanidade decaída, ainda haverá razões para sustentarmos que Cristo é o Salvador, resgatando a Humanidade do pecado e elevando-a à amizade com Deus? Ainda haverá motivos para defender a existência do segundo termo do referido contraste, se este termo, segundo Paulo, existe para remediar os males provocados pelo primeiro? Se a Humanidade não decaiu por um primeiro pecado, ainda haverá lugar para ela ser elevada, a partir desse pecado?
De facto, segundo diversa e não menos verosímil opinião, os nossos primeiros pais não cometeram esse pecado inicial nem trouxeram a morte à Humanidade, mas, simplesmente e em vez disso, constataram que eram seres humanos e começaram a agir em conformidade (ver textos 11.2 e 21). Sua especificidade racional, de que com surpresa deram conta, levou-os a agir livremente e a olhar os outros seres da Natureza de forma diferente. Tão diferente que cada um se começou a sentir separado e isolado de todos os outros seres, incluindo os outros seres humanos. Era preciso, portanto, para vencerem essa existencial solidão, que eles se religassem aos outros seres, mas agora de uma outra maneira, de acordo com as suas humanas capacidades. Se religassem através do amor. E nesta religação, Jesus é realmente um mestre sublime da Humanidade, pois que, com o que disse e fez, praticou exemplarmente o amor. O amor – já sabemos – é a forma mais sublime de o ser humano se ligar aos outros seres. Assim, Jesus, mestre sublime ele é. Mas será também Salvador, segundo a concepção de Paulo e da posterior tradição religiosa? Haverá para os humanos salvador, além de cada um para si e para todos?
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