Queridas amigas e amigos!
Hoje, deixo-vos só com um segmento contextualizado do sempre elucidativo e muitas vezes delicioso diálogo produzido na nossa intimidade e também a ela destinado. É o diálogo que se trava todos os dias dentro de nós entre, por um lado, o instinto e o coração e todo o nosso mundo de emoções, e, por outro lado, a nossa fria razão.
O instinto vai apresentando à razão materiais que ele lhe traz … e esta pergunta: “Que é que trazes aí”? “Trago apetitosa comida e apetitosa bebida, trago sexo, trago muitos divertimentos … Eu gosto muito disto tudo, sabes”? Mas a razão responde: “Vamos lá ver bem o que é que se pode aproveitar disso tudo. Nós precisamos de regular sempre a ingestão de todas essas coisas, entendes? Porque, se regularmos esses apetites, será muito melhor para nós! Podemos gozar muito mais, embora moderadamente, e por muito mais tempo”!
Mas sucede também que a razão – por sua natureza e pelo seu jeito de iluminar e sondar novos mundos que vai conhecendo – sucede também que ela, por seu turno, vai trazendo muitas coisas que afinal fazem a delícia das nossas emoções e são subido prazer para o nosso coração, o qual logo diz: “É tão bonito este filme que me trouxeste! E este livro que estamos a ler! E este imenso mar que está à nossa frente! E esta música que estamos a ouvir … tão pequenina e tão bela! Morro por ouvir esta música! Vamos ouvi-la outra vez”?
E depois de repetidamente ouvirem a música e se comoverem com ela – na realidade, é só o coração que se comove e a razão só observa, embora os dois vivam cada um à sua maneira a delícia que se lhes oferece nesse pedaço de tempo -, o coração insiste e pergunta à razão: “E isso que tens aí, o que é”? “Olha, são crenças que povoam o imaginário da Humanidade: a crença na imortalidade, num Deus Salvador, numa vida eterna e feliz para além da morte” … “Ah”, diz o coração, “é mesmo disso que eu andava à procura! É isso que eu quero! Disso é que eu preciso”! “Eu sei que é isto que queres!”, vai respondendo a razão, “foste até tu que deste o decisivo impulso para que fosse congeminado tudo isso, tudo à medida dos teus desejos e desde o princípio da Humanidade! Mas temos de ver muito bem se estás a ser realista, isto é, ver se isso será mesmo possível”!
Vivemos muito mais do coração do que da razão! O suave e doce perfume de uma rosa ao orvalho da manhã, o indiviso encanto do rosto de uma criança, a silhueta quente de uma jovem mulher, o macio som de uma melodia romântica, a ternura, a tristeza, a alegria, as emoções todas e todos os sonhos e sentimentos, tudo forças, tudo impulsos não poucas vezes até irresistíveis, mais poderosos que esta nossa fria e asséptica razão!... O poeta não diz que é pelo sonho que vamos?
E agora, de entre todas as amigas e amigos que lendo estão este texto, quem se dispõe a continuar aquele diálogo? Ou querem que, se ninguém houver, fiquem inacabados o diálogo e o texto?
Hoje, deixo-vos só com um segmento contextualizado do sempre elucidativo e muitas vezes delicioso diálogo produzido na nossa intimidade e também a ela destinado. É o diálogo que se trava todos os dias dentro de nós entre, por um lado, o instinto e o coração e todo o nosso mundo de emoções, e, por outro lado, a nossa fria razão.
O instinto vai apresentando à razão materiais que ele lhe traz … e esta pergunta: “Que é que trazes aí”? “Trago apetitosa comida e apetitosa bebida, trago sexo, trago muitos divertimentos … Eu gosto muito disto tudo, sabes”? Mas a razão responde: “Vamos lá ver bem o que é que se pode aproveitar disso tudo. Nós precisamos de regular sempre a ingestão de todas essas coisas, entendes? Porque, se regularmos esses apetites, será muito melhor para nós! Podemos gozar muito mais, embora moderadamente, e por muito mais tempo”!
Mas sucede também que a razão – por sua natureza e pelo seu jeito de iluminar e sondar novos mundos que vai conhecendo – sucede também que ela, por seu turno, vai trazendo muitas coisas que afinal fazem a delícia das nossas emoções e são subido prazer para o nosso coração, o qual logo diz: “É tão bonito este filme que me trouxeste! E este livro que estamos a ler! E este imenso mar que está à nossa frente! E esta música que estamos a ouvir … tão pequenina e tão bela! Morro por ouvir esta música! Vamos ouvi-la outra vez”?
E depois de repetidamente ouvirem a música e se comoverem com ela – na realidade, é só o coração que se comove e a razão só observa, embora os dois vivam cada um à sua maneira a delícia que se lhes oferece nesse pedaço de tempo -, o coração insiste e pergunta à razão: “E isso que tens aí, o que é”? “Olha, são crenças que povoam o imaginário da Humanidade: a crença na imortalidade, num Deus Salvador, numa vida eterna e feliz para além da morte” … “Ah”, diz o coração, “é mesmo disso que eu andava à procura! É isso que eu quero! Disso é que eu preciso”! “Eu sei que é isto que queres!”, vai respondendo a razão, “foste até tu que deste o decisivo impulso para que fosse congeminado tudo isso, tudo à medida dos teus desejos e desde o princípio da Humanidade! Mas temos de ver muito bem se estás a ser realista, isto é, ver se isso será mesmo possível”!
Vivemos muito mais do coração do que da razão! O suave e doce perfume de uma rosa ao orvalho da manhã, o indiviso encanto do rosto de uma criança, a silhueta quente de uma jovem mulher, o macio som de uma melodia romântica, a ternura, a tristeza, a alegria, as emoções todas e todos os sonhos e sentimentos, tudo forças, tudo impulsos não poucas vezes até irresistíveis, mais poderosos que esta nossa fria e asséptica razão!... O poeta não diz que é pelo sonho que vamos?
E agora, de entre todas as amigas e amigos que lendo estão este texto, quem se dispõe a continuar aquele diálogo? Ou querem que, se ninguém houver, fiquem inacabados o diálogo e o texto?