sexta-feira, 21 de março de 2014

210 - Fado

Andamos colectivamente empurrados
por forças menores ou alheias
a tristeza a saudade o destino
o sebastianismo o quinto império
o fado migalha de património do mundo
sempre o céu baixo de uma sina
Em 85 uma voz clamou
“agora acabou-se o fado”
Mas veio o abandono dos mares e dos campos
vieram as auto-estradas e os estádios estéreis
a pindérica opereta “Fado - a história de um povo”:
só a barriga e as paixões nos conduzem
e os ditames alheios
Mas nós é que, outrora,
por nossa decisão,
descobrimos o mundo
e o tornámos redondo


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