Quando nós
somos abandonados pelos amigos
ou nos
abandonamos a nós mesmos
desalentados
na vida,
isso é sempre
uma negra solidão, mas
Haverá
também uma solidão branca?
íntima
treva que se abre à luz?
realmente,
o ser humano vive em solidão,
não só em
relação aos outros seres humanos,
como também
dentro de si, no seu eu mental
Pois que,
nos dois casos, o ser humano, só conhecendo
através de
pensamento não real mas virtual,
nunca pode
chegar à verdadeira realidade dos seres:
a realidade
dos outros e a realidade de si mesmo!
Até porque
tal realidade é a subjectiva realidade
do eu de cada um, esse ente aéreo e fluido,
muito
embora ela habitualmente transvase
para a concreta
realidade do seu corpo
É mesmo
esse corpo, com abraços e beijos e mais,
e com a
verbalização do pensamento virtual,
que
estabelece a ponte entre os humanos,
assim atenuando
a sua existencial solidão
Há assim a
solidão que separa cada eu, dos
outros,
mas também
a solidão que separa cada eu, de si
mesmo,
já que os
pensamentos que nos auto-configuram
só nos dão
aproximações da verdade:
a minha
solidão interna advém de o meu eu ser
real,
mas a
consciência de mim ser só virtual
Ainda
assim, nesse meu suposto eu,
nessa minha
condição de só quase saber quem sou,
eu posso a
sós olhar-me e até falar-me
sobre o
mundo sobre os outros sobre mim,
atender
também ao subdiálogo entre
os reais
desejos do coração
e os virtuais
pensamentos da mente,
falar
comigo sobre como me desenvolver e reciclar,
sobre o meu
corpo que tudo isto me faculta
Também
sobre esta tão estupenda maravilha mental
que nós
somos, no universo,
ainda que
com a íntima e existencial solidão
que nos move
para mais perto dos outros e de nós!
Nota: Por este texto,
devo informações a Augusto Cury, em A
Fascinante
Construção do Eu. Obrigado
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