segunda-feira, 8 de julho de 2013

168 - Ciúmes de Vento

Liso estava o líquido mar
há instantes
mas agora
já o vento
  um vento ciumento
por não ser líquido nem azul como a azulada linfa
se levanta

E então também as ondas logo se levantam
ele as levanta ele as impele
atropelam-se elas e cavalgam
umas sobre as outras
muitas morrendo antes de chegarem à praia

Elejo hoje, contra a selecção das mais fortes,
essas ondas ainda só crianças
ainda só promessa de ondas que
antes de chegarem adultas e imponentes
virando e batendo e rolando na areia
deixaram de ser ondas
ora se tornando água de outras ondas
ora logo água se fazendo perdidas
precocemente
no indistinto e imenso mar


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