Surfando no oceano das palavras
Olá!
Ando agora de novo por esta praia, pés mergulhando nas águas vivas e mansas, ouvidos e olhos inebriando com o branco marulhar das ondas. A maciez, a frescura, o ar lavado, o murmúrio, a distância nítida do horizonte, o azul do mar e do céu, tudo isto, toda esta benignidade do mundo que o meu corpo acolhe apazigua-me a alma e ressoa-me no espírito.
Lembro-me muito bem como se hoje fosse, nós os três também nesta mesma praia, Alfa e Ómega comigo. Eles fazendo surf no mar – já mestre nesse ofício ele, e ela promissora aprendiz –, e eu, em enxuta areia passeando na praia. Ele, Ómega, o Grande, qual deus Neptuno, de pé e de braços abertos, sobre a crista das ondas imperando nos mares; ela, não longe dele, menina Alfa na prancha deitadinha, regalando-se no berço ondulante que o Oceano lhe oferece, assim feito benigno por acção do seu deus! Ele, em mundo circular, bem pertinho de Alfa, e por ela olhando; ela, menina e princípio de todos os elementos com que se nomeiam os seres que aparecem neste mundo, menina e mãe do seu nome e de tudo e do nome dele também. Então, em realidade, os dois surfando no mar e eu passeando em seco na praia. Hoje, em realidade passeando eu sozinho na areia dura da praia, mas em sonho vogando em mar manso no macio barco de Sindbad, embalado na melopeia da “Suite Sinfónica Xerazade” de Rimski – KorsaKov…
Que se há-de dizer mais, nesta actual circunstância, depois de esse encontro ter acontecido? Simplesmente duas coisas atrevidas, que não sei se mas aceitam, mas mesmo assim as digo. A primeira é a modos que um lema a poder guiar-vos, caros jovens, durante a vossa vida de estudantes, em ordem à vossa futura entrada no mercado de trabalho, nestes tempos difíceis. Com efeito, para os jovens estudantes, como é o vosso caso, parece que o grande lema pessoal a curto prazo se pode sintetizar no seguinte: Os melhores alunos têm sempre emprego garantido. Foi o caso da Inês Andrade (notícia da Antena 1, em 21 de Setembro) que, formada aqui com 19 valores em piano, está tocando em Nova Iorque.
O segundo atrevimento, dos dois o mais arriscado, é pôr-vos perante um desafio, o qual leva a uma revolução global urgente e necessária. Segundo penso, o vosso grande desafio, como cidadãos e cidadãs deste país, pode sintetizar-se no seguinte: Tal como não se negoceia com o sangue - sangue que vai para e está nos bancos de sangue e nos hospitais para decisivo alimento das nossas vidas em risco -, assim também não se pode negociar (pelo menos com usura ou especulação) com o dinheiro, pois que o dinheiro é o sangue das nações, em ordem a que as pessoas possam produzir bens e possam comprá-los, para poderem viver. Os políticos das nações têm de ser capazes de regular - temos de lhes exigir que regulem - as finanças das nações, tirando-as das avaras mãos desses especuladores de sangue. Para isso os elegemos; para isso pagamos os nossos impostos. Este é o grande desafio, esta a grande revolução mental que os jovens terão de protagonizar no seu país! Jovens lúcidos, conscientes, autónomos, responsáveis, exigentes, activos e excelentes, excelentes no trabalho e na vida.
Tudo isto afinal para eles, em primeiro lugar, mas também para que a Europa não morra. Não a perigosamente bela namoradinha de Zeus, por este deus encontrada na praia, mas sim esta Europa exangue e antiga que, ainda assim, é a nossa casa comum.
Olá!
Ando agora de novo por esta praia, pés mergulhando nas águas vivas e mansas, ouvidos e olhos inebriando com o branco marulhar das ondas. A maciez, a frescura, o ar lavado, o murmúrio, a distância nítida do horizonte, o azul do mar e do céu, tudo isto, toda esta benignidade do mundo que o meu corpo acolhe apazigua-me a alma e ressoa-me no espírito.
Lembro-me muito bem como se hoje fosse, nós os três também nesta mesma praia, Alfa e Ómega comigo. Eles fazendo surf no mar – já mestre nesse ofício ele, e ela promissora aprendiz –, e eu, em enxuta areia passeando na praia. Ele, Ómega, o Grande, qual deus Neptuno, de pé e de braços abertos, sobre a crista das ondas imperando nos mares; ela, não longe dele, menina Alfa na prancha deitadinha, regalando-se no berço ondulante que o Oceano lhe oferece, assim feito benigno por acção do seu deus! Ele, em mundo circular, bem pertinho de Alfa, e por ela olhando; ela, menina e princípio de todos os elementos com que se nomeiam os seres que aparecem neste mundo, menina e mãe do seu nome e de tudo e do nome dele também. Então, em realidade, os dois surfando no mar e eu passeando em seco na praia. Hoje, em realidade passeando eu sozinho na areia dura da praia, mas em sonho vogando em mar manso no macio barco de Sindbad, embalado na melopeia da “Suite Sinfónica Xerazade” de Rimski – KorsaKov…
Que se há-de dizer mais, nesta actual circunstância, depois de esse encontro ter acontecido? Simplesmente duas coisas atrevidas, que não sei se mas aceitam, mas mesmo assim as digo. A primeira é a modos que um lema a poder guiar-vos, caros jovens, durante a vossa vida de estudantes, em ordem à vossa futura entrada no mercado de trabalho, nestes tempos difíceis. Com efeito, para os jovens estudantes, como é o vosso caso, parece que o grande lema pessoal a curto prazo se pode sintetizar no seguinte: Os melhores alunos têm sempre emprego garantido. Foi o caso da Inês Andrade (notícia da Antena 1, em 21 de Setembro) que, formada aqui com 19 valores em piano, está tocando em Nova Iorque.
O segundo atrevimento, dos dois o mais arriscado, é pôr-vos perante um desafio, o qual leva a uma revolução global urgente e necessária. Segundo penso, o vosso grande desafio, como cidadãos e cidadãs deste país, pode sintetizar-se no seguinte: Tal como não se negoceia com o sangue - sangue que vai para e está nos bancos de sangue e nos hospitais para decisivo alimento das nossas vidas em risco -, assim também não se pode negociar (pelo menos com usura ou especulação) com o dinheiro, pois que o dinheiro é o sangue das nações, em ordem a que as pessoas possam produzir bens e possam comprá-los, para poderem viver. Os políticos das nações têm de ser capazes de regular - temos de lhes exigir que regulem - as finanças das nações, tirando-as das avaras mãos desses especuladores de sangue. Para isso os elegemos; para isso pagamos os nossos impostos. Este é o grande desafio, esta a grande revolução mental que os jovens terão de protagonizar no seu país! Jovens lúcidos, conscientes, autónomos, responsáveis, exigentes, activos e excelentes, excelentes no trabalho e na vida.
Tudo isto afinal para eles, em primeiro lugar, mas também para que a Europa não morra. Não a perigosamente bela namoradinha de Zeus, por este deus encontrada na praia, mas sim esta Europa exangue e antiga que, ainda assim, é a nossa casa comum.
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