1 - Olá, amigas e amigos! Ainda há quem aceite a transmigração
das almas. Antes de mais, porém, definamos os termos. Alma é toda a nossa vida mental, na qual até podemos distinguir propriamente
a alma (como centro das paixões que do corpo a ela sobem) e o impassível espírito.
Transmigração, por seu lado, significa
que essa nossa alma - que é toda a nossa vida mental - habitará vários corpos
que até podem não ser humanos, durante todo o seu longo ciclo de vida.
Poderá então defender-se, de acordo com
tal doutrina, que as almas andam por aí vagueando pelo universo, à espera de
incarnar num primeiro ou num novo corpo? Não, porque nem sequer se pode pensar
uma alma humana (uma vida mental), sem também se pensar no seu próprio e único corpo.
Não se fazem corpos para almas, nem almas para corpos. Não há almas soltas e
separadas do seu corpo. Para elas poderem subsistir vivas depois da morte (pelo
menos do seu corpo), seria preciso que, de alguma forma para nós ainda
desconhecida, elas continuassem ligadas ao seu próprio e único corpo. Porque o
corpo não é, de todo, um mero receptáculo, uma barriga de aluguer para a alma.
Pois que é do corpo, e de mais sítio nenhum, que brota a flor ou se acende a
luz que é a nossa vida mental. Na verdade, o corpo - com seus sentidos, sangue,
experiências e apetites -, é alimento da alma, seu cúmplice, seu dialogante
parceiro tantas vezes acalorado a defender perante o espírito aquilo que
deseja.
Sem comentários:
Enviar um comentário