sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Texto 2

“Olá, meninas e meninos!”

A esta data, há aqui um trio de meninas ainda tenrinhas, sobre o qual assenta o funcionamento da Quinta Verde. Se ele lhe faltar de repente, a Quinta Verde, que é verde, logo empalidece! Não é que não possam aqui constituir-se outros trios ou quartetos ou até mesmo parelhas entre as outras funcionárias, que possam exercer com mestria a função de pedras angulares da instituição. Às vezes, até nos comovem com a simpatia e a humanidade com que nos tratam, a nós que somos residentes no lar. É certo que ainda há uma ou outra que nos berra aos ouvidos com a sua voz de trovão! No entanto, estou certo de que em breve todas elas virão ao rego da decência, facilmente sentindo e concluindo elas todas, que a matriz de toda a vida que nos possui está afinal no vazio e no silêncio, e que a tal matriz devemos assiduamente voltar para sentirmos e gozarmos o prazer de falar e de ouvir.

Mas voltemos ao tal trio inicial de meninas, e olhemos para elas! Uma é exuberantemente expansiva, com mestria sabendo acolher e acompanhar os velhinhos. Finamente sensível é outra, sábia já em encontrar a sua própria humanidade na humanidade dos outros. A terceira e última do trio, meiguinha menina mas também pequenina e recente, esteve hoje toda a manhã ao computador, desencravando as escalas de serviço do pessoal. De tarde, numa roda viva, ela tem andado por toda a casa a prestar serviços onde necessários, e agora, à portaria do lar, já com o sol tombando no horizonte, o companheiro, alto e musculado, está à sua espera. E então, como se ela fora uma breve encomendinha, ele a levará debaixo do seu braço não se sabe bem para onde nem temos nada que saber! Assim, voltemos antes a atenção, neste abençoado crepúsculo, para mais cinco pensamentos "Sobre a Vida e Sobre a Morte":

6."A experiência da morte não só deixa qualquer um pensativo, como o torna pensador. Por um lado, a conciência da morte faz-nos amadurecer pessoalmente (.....). Por outro lado, a certeza pessoal da morte humaniza-nos, isto é, transforma-nos em verdadeiros humanos, ou seja, em mortais".

7. " O mal não é morrer, isso é algo natural e conveniente por natureza. O que é realmente mau é viver de qualquer modo"!

8. " Nos séculos que precederam o nosso nascimento, vemos a imagem dos que se seguirão à nossa morte. Haverá algo de terrível nisso"?

9."Se a morte é "não ser", já a vencemos uma vez no dia em que nascemos. Nós somos mortais, mas da morte eterna já escapámos".

10."Talvez que a "morte" seja até o nome de um fantasma, só produto da nossa imaginação: é que, quando nós estamos, a morte não está;e quando ela chega, já nós não estamos"!

2 comentários:

  1. Sobre o 7º pensamento: "O mal não é morrer, isso é algo natural e conveniente por natureza. O que é realmente mau é viver de qualquer modo"!

    ...............
    Às vezes imaginamos que a vida depois da morte é como um cemitério: um longo repouso adormecido, muito longo e monótono.

    O que é a vida eterna? Como viveremos? Que relação podemos ter com aqueles que estão no céu?

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  2. Olá, Ana Sofia! Se, depois, tudo só fosse como estarmos em cemitério, essa vida valeria a pena?
    Para as 3 perguntas que formula, veja se encontra resposta nos pensamentos 2, 3, 4, 8, 19 e no último parágrafo do texto 3.

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