“Olá, cambada!” – como dizia o Herman e agora também dizemos. Ou “Olá, meninas e meninos” – como diz a ministra da Educação, na versão do Portugalex na Antena 1.
Abre-se aqui um despretensioso “blog”, sediado no lar "Quinta Verde". Um lar de idoso, bem entendido, um lar para meninas e meninos das terceira e até quarta idades! Mas não pensem que temos as nossas cabeças paradas, sem irem congeminando macaquices! Ou que já temos no bolso a moeda para pagar a Caronte, que nos irá passar para o outro lado da vida, e também vocês, está claro, embora talvez mais tarde que a nós! É que nós ainda lemos muita coisa, mesmo revistas cor-de-rosa, vejam bem!; ainda gostamos de pensar e argumentar; ainda sentimos prazer em olhar para os mundos simbólicos que a Humanidade foi inventando e continua a inventar, para sua graça e desgraça.
Às vezes, fartamo-nos de rir e também ter pena daquilo que, por exemplo, aconteceu ao filósofo Abelardo, não propriamente por ter dado explicações a uma donzelinha mui graciosa, mas por causa de lhe ter feito uma outra coisita, coisa que enfureceu o maluco do pai dela e o levou a vias da facto contra o explicador! Mas tinha razão o maroto do filósofo, quando dizia alto e bom som, mesmo à frente de um convento onde mandava um Bernardo que depois foi santo, dizia que os Universais, como por exemplo a "tristeza", a "avareza" ou a "gula" são meras abstracções, sem consistência real! Porque o que realmente existe é “este menino triste”, “esse velho avarento” e “aquela garotinha gulosa”. Gula, avareza e tristeza são só abstracções mentais, e portanto só existem enquanto tal e na medida em que estão presas à pedra da realidade terrena.
Mas deixemos estas lérias e vamos ao que interessa. Aquilo que nós agora vos propomos, meninas e meninos, são uns tantos pensamentos "Sobre a Vida e Sobre a Morte", os quais tivemos expostos no nosso salão de convívio, e sobre os quais depois conversámos. São pequenos textos, quase todos inspirados em leituras que um de nós foi fazendo, sobretudo de obras desse sábio que dá pelo nome de Fernando Savater.
Ora vamos então a cinco desses pequenos textos, deixando os restantes para outras ocasiões:
- Porque é que o nascimento de um bebé não é assunto preocupante e enigmático, como é a morte de alguém? “Ninguém parece pensar na morte – sobretudo a sua – com perfeita naturalidade.”
- “Sabemos que vamos morrer mas não acreditamos nisso. No inconsciente, todos nós estamos convictos da nossa imortalidade”. Ou seja, em nós, a força do inconsciente – do instinto e das emoções – é pelo menos tão poderosa como a razão do consciente.
- Se não sonhássemos enquanto dormimos, não teríamos talvez imaginado uma vida para lá do profundo sono da morte!
- “Como poderia a morte ser um mal, se ela é necessária e inevitável? Só é um verdadeiro mal o capricho tortuoso da vontade humana, que se opõe à harmonia ordenada do Universo.”
- "O homem não crê na imortalidade porque crê em Deus, mas crê em Deus porque crê na imortalidade.”
E pronto, meninas e meninos, por hoje é tudo.
Os pensamentos sobre a Vida e sobre a Morte,nao sao faceis de fazer...A morte é inevitavel,mas ainda é um termo que nao queremos pensar, pelo menos enquanto somos felizes na vida.
ResponderEliminarDeixo um pensamento: "A hora da partida chegou, e cada um de nós segue o seu caminho - eu para a morte, e vocês para a vossa vida. Qual o melhor, apenas Deus saberá."
Sócrates, 470-399 a.C., filósofo grego, citado em Apologia, de Platão
Querida Laura: pensar e falar sobre a morte dá mais sentido à vida, não é?
ResponderEliminarSr Joao: Falar sobre a morte pode sugerir à idéia de morbidez, por abordar um mito do qual a maioria dos seres humanos se esquiva.
ResponderEliminarÉ preciso ter coragem para abordar este tema, pois lança um desafio à pessoa para escrever sobre algo que, conscientemente, desejamos ignorar.
Como pode haver algo depois da morte? Se o corpo morreu, como pode restar alguma coisa de nós?
O que é acontece à luz que irradia de uma lâmpada, se a lâmpada se fundir ou partir?
ResponderEliminarPeço-lhe para ver o pensamento 14, e para ler o texto 3, até ao fim.